
O repentino e inesperado encerramento das escolas a 13/03/2020 e o subsequente Estado de Emergência, decretado a 18/03/2020, veio também inesperadamente levantar questões práticas no trabalho diário dos Mediadores, obrigando-os a redefinir a metodologia de trabalho junto das crianças e das famílias das comunidades ciganas.
Assim, desde o primeiro momento, embora através de contactos telefónicos diários, a Equipa começou por fazer trabalho de sensibilização junto das comunidades para os riscos e cuidados a ter face à informação que todos os dias era veiculada pela DGS. Por outro lado, tiveram igualmente um papel importante com estes contactos diários, no sentido de poder rapidamente identificar e reportar junto do Delegado de Saúde eventuais situações de doença derivada do vírus Covid-19 nas comunidades, o que não se veio a verificar.
Poucos dias depois, já em contexto de trabalho diário no terreno, no que respeita às crianças e jovens estudantes é de ressaltar o papel e empenho dos Mediadores como interlocutores na entrega e recolha dos trabalhos escolares junto daqueles que não tinham ou não conseguiram ter acesso às tecnologias disponibilizadas, mas também no auxílio daqueles que, tendo acesso aos meios, não tinham formação ou apresentavam dificuldades na compreensão ou envio dos trabalhos remetidos pelas plataformas.
Semanas mais tarde, aquando do período das matrículas escolares na plataforma do Ministério da Educação e consequentemente na inscrição da plataforma da Autarquia para apoio às refeições, transporte e Atividades de Apoio à Família, o auxílio da Equipa de Mediadores foi crucial para estas famílias, dadas as dificuldades da maioria destes agregados familiares no acesso e/ ou domínio destas ferramentas eletrónicas.