“A mediação intercultural é uma ferramenta fundamental para promover espaço de interação positiva, de conhecimento mútuo, entre a diversidade de que são feitas as nossas sociedades”, afirmou a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, no Lançamento do Projeto de Mediação Intercultural que decorreu esta quarta-feira, dia 20 de março, no Palácio Baldaya, em Lisboa. Na presença do Alto-Comissário para as Migrações, Pedro Calado, de mediadores e de representantes dos municípios, das entidades parceiras e da academia, Rosa Monteiro sublinhou que “a Mediação Intercultural é um mecanismo fundamental para envolver protagonistas locais na capacitação das comunidades para o acesso aos serviços públicos e privados, para a melhoria das suas condições de vida, para a promoção da sua integração e para o aprofundamento de relações sociais positivas em contextos multiculturais”. No âmbito do projeto, agora lançado, foram constituídas 12 Equipas de Mediação Intercultural, cada uma incluindo entre dois a cinco elementos, num total de 42 mediadores/as provenientes de comunidades ciganas e migrantes a que se somam os oito pelo programa ROMED, especificamente para as pessoas ciganas, e também os projetos de mediação desenvolvidos através do Programa Escolhas, do ACM. As novas equipas de mediação são coordenadas localmente pelos municípios e a sua intervenção visa apoiar os processos de integração das comunidades mais vulneráveis e contribuir para a coesão social, a melhoria da qualidade de vida e a convivência intercultural. No fundo, pretende-se que os/as mediadores/as sejam pontos focais, criadores de redes de parceria, para, na proximidade, “procurar sanar ressentimentos, estabelecer pontes, diálogos, e propostas essencialmente de resolução dos problemas numa lógica de igualdade e de eliminação de assimetrias”, frisou a Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade. Na primeira mesa redonda, dedicada aos desafios da Mediação Intercultural, participaram representantes de cinco dos 12 municípios envolvidos na intervenção junto das comunidades – o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Braga, Firmino Marques, a Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Moura, Lurdes Balola, e das coordenadoras das equipas dos municípios de Castelo Branco, Porto e Águeda, Fátima Santos, Carla Oliveira e Dina Calado – e as suas intervenções foram resumidas nas palavras-chave: acreditar, empatia, ser capaz, entreajude e esperança. “Confiança” foi a palavra escolhida por Olga Mariano, Presidente da Letras Nómadas – Associação de Investigação e Dinamização das Comunidades Ciganas, para iniciar a segunda mesa redonda com o tema “A importância da Mediação Intercultural” e com moderação da Coordenadora do Núcleo para o Diálogo Intercultural do ACM, Cristina Rodrigues. Ao testemunho de Olga Mariano juntaram-se os da representante da Associação Sol do Ave, Maria José Afonso, e das professoras da Rede de Ensino Superior para a Mediação Intercultural (RESMI), Elisabete Pinto da Costa e Ana Maria Silva, concluindo-se que a importância da Mediação Intercultural reside na promoção de contextos de convivência e interação positiva, construtiva e sustentável. A Diretora do Departamento de Apoio à Integração e Valorização da Diversidade do ACM, Luísa Ferreira Malhó, moderadora da primeira mesa redonda, fechou a sessão com o repto “ser capaz de acreditar, com empatia, com entreajuda e sem nunca perder a esperança”. O Projeto de Mediação Intercultural foi criado no âmbito do Plano Estratégico para as Migrações (PEM), em particular do previsto na medida 15 – a reestruturação do projeto de colocação de mediadores, a revisão dos projetos de mediação do ACM com a criação de um programa integrado de maior alcance –, e a Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas 2013-2020 (Resolução do Conselho de Ministros n.º 25/2013), que prevê, na Prioridade 12, “generalizar, a médio prazo, o Projeto Mediadores Municipais” e a concretização através da implementação do Projeto em novos Municípios.
fonte: https://www.acm.gov.pt/-/-a-mediacao-intercultural-e-uma-ferramenta-fundamental-